Quem
come menos vive mais, aponta estudo de universidade chinesa
17/07/2013
- 04h30
Uma
equipe de cientistas chineses da prestigiada Universidade de Jiaotong, situada
em Xangai, assegura ter descoberto que a restrição de calorias ingeridas pode
ajudar a prolongar o tempo de vida em muitos animais e, inclusive, em humanos,
informou nesta quarta-feira o jornal oficial "Shanghai Daily".
Com base em
testes realizados em ratos, os cientistas constataram que comer menos favorece
a expansão de uma flora bacteriana saudável no aparelho digestivo, o que reduz
o número do tipo de bactérias cuja atividade acaba sendo prejudicial ao
organismo.
O estudo da
Universidade de Jiaotong permite confirma os efeitos positivos das dietas em
humanos, indicou Zhao Liping, pesquisadora-chefe da Escola de Biotecnologia e
Ciências da Vida da universidade chinesa.
De acordo com
Zhao, após o experimento, cujos resultados foram publicados no portal da
revista "Nature", sua equipe conseguiu demonstrar que estes níveis de
bactérias são fundamentais para determinar a saúde e o tempo de vida dos
humanos.
"A
restrição de calorias demonstra que, com um único regime experimental, pode
estender de maneira eficaz o tempo de vida em vários modelos animais, mas o
mecanismo que o torna possível ainda continua sendo controverso", explicou
a revista científica internacional em seu artigo sobre a pesquisa.
"É
conhecido que os microorganismos intestinais têm um papel crucial na saúde de
seus hóspedes, sobretudo através de dietas", continua.
"Aqui mostramos
como uma restrição de calorias ao longo de toda a vida, em dietas tanto de
altas como de baixas calorias, e não o exercício voluntário, muda
significativamente a estrutura geral da colônia de microorganismos intestinais
do rato C57BL/6 J", detalhou o grupo liderado por Zhao.
"O
resultado deste tipo de dietas sugere que os animais sob uma restrição calórica
podem estabelecer uma arquitetura de micróbios intestinais estruturalmente
equilibrada, a qual pode gerar um benefício de saúde para o hóspede pela
redução da carga de antígenos do sistema digestivo", completam os
cientistas.
Desta forma, os
pesquisadores chineses descobriram alguns tipos de bactéria, como os
lactobacilos, contribuem para prolongar o tempo de vida e se beneficiam da
restrição de calorias.
Ao mesmo tempo,
eles viram que a dieta reduz o número de bactérias que contribuem para reduzir
o tempo de vida e comprovaram que os níveis de um tipo de toxina, a proteína do
lipopolisacárido (LPS), um indicador associado habitualmente com as inflamações,
também foram reduzidos no soro sanguíneo.
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