quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Ele tem 17 anos e mora no Sítio Três Altos, a 5 quilômetros do centro da cidade de Almino Afonso, no Oeste do Rio Grande do Norte, onde cursa o terceiro ano numa escola da rede estadual de ensino.
Filho de Francisco Vicente Vieira, analfabeto e sem trabalho, e de Mara Núbia Bezerra, dona de casa e sem muito estudo, Danilo Bezerra Vieira é um exemplo raro de brasileiro que os setores da Educação desconhecem.
Sozinho, o menino que tem como ídolo Juscelino Kubistchek, construiu um pedaço de um sonho que ainda tem muito a ser erguido. Juntou os livros que tinha em casa e na sala sem reboco de sua casa simples, montou uma biblioteca.
Sem apoio e provando que muitas vezes vale a força própria para ganhar o reconhecimento, Danilo não precisou de prefeito, governador…mas de seu esforço e talento para chegar a Brasília como vencedor de um concurso de redação. Tema: Juscelino Kubistcheck.
Foi destaque no Senado, que hoje lhe é devedor. Ainda não entregou o notebook que ele ganhou por ter vencido o concurso.
Na semana passada voltou a Brasília. Foi a convite do IPEA, Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada, que na festa de 47 anos de fundação, exibiu um documentário onde um dos personagens é Danilo.
O menino que orgulha o Rio Grande do Norte, mas que o Rio Grande do Norte ainda desconhece, é o entrevistado de hoje do quadro Fim de Semana.

Thaisa Galvão Como surgiu a ideia da Biblioteca e por que a homenagem a Juscelino Kubistchek?
Danilo Bezerra Surgiu do interesse em tornar acessível à comunidade um acervo de livros que tinha. O conhecimento deve estar aberto a todos. Eu homenageei o JK por que sou admirador deste homem público, sei de toda sua vida, e faço um paradoxo da construção de Brasília com a
biblioteca.
Thaisa Galvão Você recebeu algum apoio?
Danilo Bezerra - Não. Apenas recebemos livros da Secretaria de Educação Estadual. Fora isso só a comunidade local e órgãos federais.
Thaisa Galvão Sua biblioteca está localizada na zona rural?
Danilo Bezerra Sim, a 5 km da sede do município.
"Eu homenageei o JK por que sou admirador deste homem público, sei de toda sua vida, e faço um paradoxo da construção de Brasília com a biblioteca."
Thaisa Galvão - Quantas visitas em média a biblioteca recebe por semana?
Danilo Bezerra Uma média de 15 a 50 visitas.
Thaisa Galvão - Como foi que o seu trabalho chegou a Brasília?
Danilo Bezerra Ano passado escrevi a melhor redação do Estado em um concurso de redação do Senado Federal e estive lá. Deu uma visibilidade maior ao meu projeto. Enviei um documento aos órgãos federais contando minha história.
Thaisa Galvão - Você foi a Brasília outra vez, foi recebido no Senado, com direito a discurso? Como foi isso?
Danilo Bezerra Estive no Senado para conceder uma entrevista e conhecer o senador Pedro Simon, o qual ficou emocionado com meu projeto. Ele citou minha visita na sessão plenária do dia seguinte.
Danilo com a mãe Mara Núbia e o senador Pedro Simon
Thaisa Galvão - Depois disso veio o IPEA que foi a Almino Afonso registrar o seu trabalho para um documentário. Como foram as gravações?
Danilo Bezerra Quando o Ipea viu um presidente de biblioteca com 17 anos, o instituto viu o potencial e que com a ajuda dada para mim na doação do conhecimento produzido, estava cumprindo sua missão de disseminar o conhecimento. As gravações duraram dois dias, na Escola Estadual Ronald Neo Júnior,onde eu estudo, e na minha casa.
Thaisa Galvão - Na semana passada você voltou a Brasília para o lançamento do documentário?
Danilo Bezerra - Terça (13), na presença do instituto, autoridades, empresários, pesquisadores e universitários participei da exibição e discursei para uma platéia lotada. Acompanhado-me estava minha mãe, Mara Núbia e a secretária estadual de Educação, Betânia Ramalho.
Thaisa Galvão - Pelo que tenho sentido o seu trabalho tem sido mais reconhecido em Brasília do que na sua cidade…
Danilo Bezerra - Infelizmente, as autoridades municipais não deram uma contribuição efetiva para minha obra social.
Thaisa Galvão - Você tem algum objetivo que ainda não tenha alcançado em relação à biblioteca?
Danilo Bezerra - Sim, quero no futuro poder transformá-la em um instituto de pesquisas sociais para a sociedade e um mecanismo de propagação da cultura e educação no Estado.
Thaisa Galvão Você espera que tipo de apoio depois do reconhecimento?
Danilo Bezerra - Poder proporcionar uma condição física melhor. A biblioteca é na sala de casa. Não disponho de matérias eletrônicos para a biblioteca. Até ganhei um notebook do Senado ano passado mas não recebi ainda.
Thaisa Galvão - Como fazer para doar livros para a biblioteca JK?
Danilo Bezerra - Os interessados podem entrar em contato através do e-mail http://mce_host/compose?to=dnlbzrr@gmail.com
Thaisa Galvão Na sua família tem algum educador? Quem são seus pais, o que eles fazem?
Danilo Bezerra - Não. Meu pai é analfabeto, agricultor, mas hoje não trabalha mais devido um acidente de motocicleta. Minha mãe tem o ensino fundamental incompleto, dona de casa. Meus país são os maiores professores que tenho, sou um reflexo dos dois.
Thaisa Galvão O que você está cursando agora e quais seus planos profissionais?
Danilo Bezerra Estou no terceiro ano, pretendo realizar o vestibular para dois cursos: Direito e Comunicação Social.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

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Mulheres são acusadas de atacar homens sexualmente para retirar sêmen

Polícia do Zimbábue acredita que haja gangue de mulheres atuando em todo o país; sêmen seria usado para rituais de magia.

28 de novembro de 2011 | 6h 51
A polícia do Zimbábue acredita que uma quadrilha nacional de mulheres esteja atacando homens sexualmente para retirar seu sêmen para o uso em rituais que supostamente trariam prosperidade.
Nesta segunda-feira, três mulheres supostamente ligadas à gangue começam a ser julgadas na capital do Zimbábue, Harare. Esse foi o primeiro caso de prisões de acusadas, mais de um ano após os primeiros relatos sobre o caso, que chocaram o país.
Uma suposta vítima, que pediu anonimato, relatou sua experiência à TV do país em julho. Ele disse ter sido atacado após aceitar uma carona de um grupo de três mulheres em Harare.
"Uma das mulheres jogou água na minha cara e elas me injetaram algo que me deu um forte desejo sexual", contou.
"Elas pararam o carro e me forçaram a manter relações sexuais com cada uma delas diversas vezes, usando preservativos", disse.
"Quando elas terminaram, me deixaram totalmente nu no meio do mato. Algumas pessoas me ajudaram a chamar a polícia, que me levou ao hospital para tratar dos efeitos dessa droga que elas haviam dado para mim, porque o forte desejo sexual continuava", afirmou.
Prostitutas ocupadas
As mulheres presas foram indiciadas por 17 acusações de ataque indecente agravado - já que a lei do Zimbábue (assim como a do Brasil) não considera estupro uma mulher forçar um homem a manter relações sexuais.
Elas foram detidas no início do mês na cidade de Gweru, a 275 quilômetros a sudoeste de Harare, após policiais terem encontrado 31 preservativos usados no carro em que elas viajavam.
As mulheres negam as acusações, dizendo que são prostitutas e que não haviam jogado fora os preservativos porque estavam muito ocupadas.
Após serem soltas sob fiança, elas foram confrontadas e ameaçadas por uma multidão. Elas dizem que têm sido forçadas a permanecer dentro de casa desde então, para evitar a atenção indesejada.
O porta-voz da polícia Andrew Phiri disse à BBC acreditar que as mulheres pertencem a uma gangue que atua em todo o país.
"Nós recebemos relatos de diferentes cidades e províncias do país, de que isso está acontecendo nas estradas", disse.
"Ainda temos de descobrir por que isso está acontecendo. Ouvimos especulações de que está ligado a rituais", afirmou.
Acredita-se que o sêmen seja usado em rituais para trazer sucesso nos negócios e há até mesmo rumores de que o sêmen tem sido vendido para outros países.
Mas o professor universitário Claude Mararikei, especialista em sociologia e cultura, afirmou à BBC que o uso do sêmen "está na área de rituais e magia, que é quase uma sociedade secreta".
"Até mesmo pesquisadores não querem entrar nessa área porque você pode não sair vivo depois de publicar qualquer coisa que descubra", disse.
Casos não denunciados
Os primeiros relatos de ataques foram alvo de curiosidade e descrença, mas homens que falaram à BBC disseram que agora estão tratando a questão com seriedade.
"Agora só ando de ônibus quando ele está cheio e não pego caronas em carros particulares, principalmente se houver mulheres dentro", afirmou um homem que não quis se identificar.
"Precisamos tomar cuidado, porque há mulheres atacando homens. Isso está mesmo acontecendo", disse.
Em Harare, uma mulher identificada como Sibongile afirma que o caso está manchando a imagem de seu gênero.
"É muito ruim que haja mulheres tão mesquinhas que querem ganhar dinheiro fácil dessa maneira", disse ela à BBC no centro de Harare.
A polícia não diz quantos casos foram denunciados.
Nakai Nengomasha, um psicólogo que está trabalhando com três homens que dizem terem sido vítimas de ataques de mulheres, acredita que há muitos casos que não foram denunciados.
"Acho que há muitos casos que não foram relatados, porque as vítimas acham que não se sentirão suficientemente homens se falarem sobre esses assuntos", disse.
"Alguns deles precisam lidar com a questão de ver o ataque como uma perda da masculinidade e de se sentirem sujos", afirmou.
Isso é algo por que passou o homem que denunciou o caso na TV, que disse ter pensado em suicídio.
"Sinto-me violado e desapontado, porque quando contei para minha mulher o que aconteceu, ela me deixou, junto com um de nossos três filhos. Espero que ela volte", disse. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC
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Mulheres são acusadas de atacar homens sexualmente para retirar sêmen

Polícia do Zimbábue acredita que haja gangue de mulheres atuando em todo o país; sêmen seria usado para rituais de magia.

28 de novembro de 2011 | 6h 51
A polícia do Zimbábue acredita que uma quadrilha nacional de mulheres esteja atacando homens sexualmente para retirar seu sêmen para o uso em rituais que supostamente trariam prosperidade.
Nesta segunda-feira, três mulheres supostamente ligadas à gangue começam a ser julgadas na capital do Zimbábue, Harare. Esse foi o primeiro caso de prisões de acusadas, mais de um ano após os primeiros relatos sobre o caso, que chocaram o país.
Uma suposta vítima, que pediu anonimato, relatou sua experiência à TV do país em julho. Ele disse ter sido atacado após aceitar uma carona de um grupo de três mulheres em Harare.
"Uma das mulheres jogou água na minha cara e elas me injetaram algo que me deu um forte desejo sexual", contou.
"Elas pararam o carro e me forçaram a manter relações sexuais com cada uma delas diversas vezes, usando preservativos", disse.
"Quando elas terminaram, me deixaram totalmente nu no meio do mato. Algumas pessoas me ajudaram a chamar a polícia, que me levou ao hospital para tratar dos efeitos dessa droga que elas haviam dado para mim, porque o forte desejo sexual continuava", afirmou.
Prostitutas ocupadas
As mulheres presas foram indiciadas por 17 acusações de ataque indecente agravado - já que a lei do Zimbábue (assim como a do Brasil) não considera estupro uma mulher forçar um homem a manter relações sexuais.
Elas foram detidas no início do mês na cidade de Gweru, a 275 quilômetros a sudoeste de Harare, após policiais terem encontrado 31 preservativos usados no carro em que elas viajavam.
As mulheres negam as acusações, dizendo que são prostitutas e que não haviam jogado fora os preservativos porque estavam muito ocupadas.
Após serem soltas sob fiança, elas foram confrontadas e ameaçadas por uma multidão. Elas dizem que têm sido forçadas a permanecer dentro de casa desde então, para evitar a atenção indesejada.
O porta-voz da polícia Andrew Phiri disse à BBC acreditar que as mulheres pertencem a uma gangue que atua em todo o país.
"Nós recebemos relatos de diferentes cidades e províncias do país, de que isso está acontecendo nas estradas", disse.
"Ainda temos de descobrir por que isso está acontecendo. Ouvimos especulações de que está ligado a rituais", afirmou.
Acredita-se que o sêmen seja usado em rituais para trazer sucesso nos negócios e há até mesmo rumores de que o sêmen tem sido vendido para outros países.
Mas o professor universitário Claude Mararikei, especialista em sociologia e cultura, afirmou à BBC que o uso do sêmen "está na área de rituais e magia, que é quase uma sociedade secreta".
"Até mesmo pesquisadores não querem entrar nessa área porque você pode não sair vivo depois de publicar qualquer coisa que descubra", disse.
Casos não denunciados
Os primeiros relatos de ataques foram alvo de curiosidade e descrença, mas homens que falaram à BBC disseram que agora estão tratando a questão com seriedade.
"Agora só ando de ônibus quando ele está cheio e não pego caronas em carros particulares, principalmente se houver mulheres dentro", afirmou um homem que não quis se identificar.
"Precisamos tomar cuidado, porque há mulheres atacando homens. Isso está mesmo acontecendo", disse.
Em Harare, uma mulher identificada como Sibongile afirma que o caso está manchando a imagem de seu gênero.
"É muito ruim que haja mulheres tão mesquinhas que querem ganhar dinheiro fácil dessa maneira", disse ela à BBC no centro de Harare.
A polícia não diz quantos casos foram denunciados.
Nakai Nengomasha, um psicólogo que está trabalhando com três homens que dizem terem sido vítimas de ataques de mulheres, acredita que há muitos casos que não foram denunciados.
"Acho que há muitos casos que não foram relatados, porque as vítimas acham que não se sentirão suficientemente homens se falarem sobre esses assuntos", disse.
"Alguns deles precisam lidar com a questão de ver o ataque como uma perda da masculinidade e de se sentirem sujos", afirmou.
Isso é algo por que passou o homem que denunciou o caso na TV, que disse ter pensado em suicídio.
"Sinto-me violado e desapontado, porque quando contei para minha mulher o que aconteceu, ela me deixou, junto com um de nossos três filhos. Espero que ela volte", disse. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Além da apoologia à maconha, a turma está apelando para Sodoma e Gomorra?

terça-feira, 1 de novembro de 2011

NO REINO DE MOMBAÇA, NA OCARA DE PEDRO COSTA - O SUBSTANTIVO PLURAL, QUEM DIRIA, ACABOU NO MUNGUZÁ...

UFRN: A viadagem ataca ao amanhecer...

P R E F Á C I O 


“Artista que retirou rosário do ânus vai receber premiação da Funcarte
(“Tribuna do Norte” – Natal, 23 de Março de 2010)

“O cientista social e artista visual Pedro Vieira da Costa Filho, o Pedro X, vai mesmo receber o cachê no valor de R$ 1.350 da Fundação Cultural Capitania das Artes pela polêmica performance da abertura do XIII Salão de Artes Visuais da Cidade do Natal. No evento, no dia 12 de março, ele ficou nu e retirou um rosário do ânus na frente dos presentes ao evento.

Depois das polêmicas declarações do jornalista Eugênio Bezerra, assessor da prefeita Micarla de Sousa, de que o artista não receberia a premiação da Funcarte em função de sua seleção para o Salão de Artes Visuais, a Funcarte finalmente confirmou que todos os artistas, inclusive Pedro, receberão o prêmio inicialmente estabelecido.

Em portaria publicada no Diário Oficial do Município de hoje (23), a Funcarte ratificou os nomes dos vencedores do XIII Salão de Artes Visuais da Cidade do Natal. Entre eles Pedro Costa que realizou a polêmica performance, segundo ele contra a descolonização do corpo e para expurgar a interdição católica sobre o prazer anal.”

M O T E :

Com um terço todo cagado

que está lá na Prefeitura


G L O S A :

Vexame na minha terra,
vergonha pro Rio Grande
- a veadagem se expande,
ouriçada vai à guerra...!
Muito puto, por cá, berra
torcendo pela frescura...
- Pois que façam benzedura
no próprio cu arrombado
com um terço todo cagado
que está lá na Prefeitura!

Laélio Ferreira

***
Pedro Costa
"CUCETA – A Cultura Queer de Solange Tô Aberta

(FONTE: http://www.substantivoplural.com.br/relato-da-noite-em-que-cortaram-o-som-de-solange-to-aberta/#comment-14390)

Solange Tô Aberta! é a banda Queer Punk de Pedro Costa (cuja atual “definição de gênero” é bicha-trans-lésbica), que tocou nessa quinta-feira, na última Noite Cultural (termo usado para substituir a palavra “festa”, que é execrada pelos bobões da academia) do XV ENEARTE (Encontro Nacional de Estudantes de Arte) realizado na UFRN. A banda de Pedro se apropria da estética do Funk Carioca (eletrônico, escrachado, etc) para reclamar o espaço negado à experiência queer. Longe de ser politicamente correto, ele agride deliberadamente os bons costumes com sua putaria politizada (mas não panfletária) e sai a distribuir tapas na cara da nossa sociedadezinha injusta e frágil. Mas não é fácil fazer o que ele faz. E isso ficou claro na noite de quinta-feira.

Marcado para as 23hrs, o show da STA! foi escanteado para as 2 da manhã. Mas isso não foi problema, ou pelo menos não teria sido se na hora do show não tivesse havido tanta resistência (do técnico de som? do dono do Circo da Luz? da produção do ENEARTE?) em fazer com que a base eletrônica da música de Pedro pudesse ser ouvida a contento. O papo era aquele do horário avançado, dos limites impostos pela UFRN, etc… Mas a Leilane Assunção puxou o microfone e lembrou algo que os responsáveis pelo ENEARTE parecem ter esquecido: “a natureza do estudante é a insubmissão.” Só então deram a Pedro o som.

Mas ainda assim o show não conseguiu transcorrer sem constantes interrupções de um ou outro “responsável pelo evento” que ficava ali zanzando com cara de preocupação, eventualmente interrompendo a apresentação para falar alguma coisa ao Pedro, que, no palco, BOTOU PRA FODER apesar dos pesares. Cheguei a ouvir, nos bastidores, uma das figuras da produção comentar com a outra que se dali caísse algum vídeo no youtube e alguém da reitoria visse, eles (os estudantes responsáveis pelo ENEARTE) estariam fodidos. Mas que bando de covardes acatando o fascismozinho mal-disfarçado dos babacas da instituição!

A certa altura, quando Pedro já estava de calcinha no palco, e o público em êxtase no centro da arena, foram avisá-lo que lhe restavam apenas mais 15 minutos de apresentação. Então ele decidiu deixar Fuder Freud (minha música preferida) para lá e partir direto para a Dança da Passiva, encerrando assim seu conturbado show. No entanto, no meio da música, quando o público, que estava no chão, subiu ao palco (do mesmo modo como Pedro desceu à arena várias vezes, desconstruindo a hierarquização artista-público que se materializa na mais-altura do palco) para dançar o último Funk-Punk da noite, ocorreu a cena mais absurda que eu já vi nesta (merda de) cidade: os seguranças subiram ao palco para tanger para baixo artista e público, criando uma confusão que culminou no truculento corte do som de Pedro.

Acreditem: CORTARAM O SOM DA STA! Mesmo assim não conseguiram cortar a garganta da platéia nem a de Pedro, que seguiu cantando a Dança da Passiva apesar do som cortado. No fim, ainda comentou, antes de ir embora: “liga não, gente… eu tô acostumado… aconteceu a mesma coisa em Brasília…”

Mas eu digo que não dá para não ligar. O fato de que o único queer escrachado (porque de Macho Transtornado o paraíso está cheio) a subir ao palco das “Noites Culturais” do ENEARTE tenha sido também o único artista a ter o show dificultado neste mesmo palco é por demais forte simbolicamente para eu não me abalar.



COMENTÁRIOS



  • Godot Silva
    29 de outubro de 2011
    Você precisa ler Franz Kafka. Assim abordaria sem maiores atropelos e sofismas o processo metamórfico das Teorias Queer. Já que gosta de show de “bicha-trans-lésbica” e de seus Funk-Punk escachados. E mais: O mais certo é que a palavra QUEEER tenha sido usada em uma superposição de significado com a palavra QUEEN, ou “rainha”. Assim, seu significado completo seria de um homossexual masculino bastante afeminado, pois este seria uma rainha diferente, entende!