quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

 Luiz Gonzaga na intimidade do anfitrião caicoense Basílio Ginane

  

13 de dezembro de 2012 17:08


Foto do arquivo de Marta Ginane
O blog faz um registro histórico e merecido nesta data do centenário de nascimento do Rei do Baião. Trata-se deste artigo publicado “Acordes de sanfona de um caicoense para o ídolo Luiz Gonzaga”, em que a neta de seu Basílio, Marta Ginane, posta comentário e diz que Luiz Gonzaga também esteve na casa do seu avô por volta de 1986, em sua última visita à Caicó, nessa época já na casa do bairro Penedo.  
 
A foto histórica de “Seu Luiz” como hóspede de Seu Basílio Ginane, na intimidade do lar do sertanejo que se tornou amigo leal do rei do baião. Entre os dois, a esposa do anfitrião, a educadora Dona Bernadete (já falecida) e ao redor filhos. 


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Postado por AssessoRN - Jornalista Bosco Araújo no AssessoRN.com em 12/13/2012 02:54:00 PM

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Está se aproximando nova edição do Baile de Máscara-2013.



Viver

Natal, 12 de Dezembro de 2012 | Atualizado às 10:45

Folia de véspera

Publicação: 16 de Fevereiro de 2012 às 00:00
Tribuna do Norte.

Yuno Silva - repórter

Mesmo de forma acanhada, Natal já respira Carnaval e a programação de Momo pipoca por todos os cantos da cidade. A folia só começa mesmo no Sábado de Zé Pereira, mas a partir de hoje a contagem regressiva entra em sintonia com o tradicional Baile de Máscaras da Confeitaria Atheneu, em Petrópolis, a partir das 19h. Considerado a abertura oficial da festa na capital potiguar, o Baile completa 17 anos ao som de orquestras de Frevo, mais performance de Camila Masiso, Rodolfo Amaral, Orquestra de Frevo e grupo Folia de Rua - o evento tem acesso gratuito.
Adriano AbreuCantora Khrystal abre a folia na Praça das MãesCantora Khrystal abre a folia na Praça das Mães

Antes, porém, às 17h no Palácio Felipe Camarão, Cidade Alta, o prefeito em exercício, vereador Edivan Martins. entrega as chaves da cidade ao Rei Momo e a Rainha do Carnaval. Na ocasião, frevo e blocos animam a solenidade, e arrastam o público até o largo do Atheneu. "O formato foi alterado para a programação do Baile de Máscaras não sofrer interrupções", justificou a produtora Cristina Medeiros, da Funcarte, uma das responsáveis pela promoção do evento.

Mas há opção para quem preferir ficar pelo centro: a Ordem dos Advogados do Brasil - RN realiza prévia carnavalesca gratuita na Praça das Mães (av. Câmara Cascudo), a partir das 19h30 com shows da cantora Khrystal e a Banda Ribeira de Pau e Corda. Às margens do Rio Potengi, no Paço da Pátria (rua da Misericórdia), também pelas bandas do centro, entra em cena a prévia Carnaval da Cultura Inclusiva a partir das 17h. O evento é uma promoção da Associação Cultural e Ecológica das Comunidades Tradicionais e a programação inclui shows de Carlos Zens, Lucinha Madana Mohana com a Gira dos Santos e o Grupo de Capoeira HêHê Angola e Regional de Igapó.  A entrada é franca. 

Para os mais intimistas que não dispensam uma folia, o palco do Jobim Gastronomia & Música, na Praça das Flores em Petrópolis, também promove prévia com apresentação voz, violão e percussão de Ângelo Angolano e Carlos Castim a partir das 21h.

BAILE DE MÁSCARAS

Criado em 1995 por frequentadores da Confeitaria Atheneu, entre eles Odemam Júnior, Augusto Leal, Ronald Gurgel, Elio Newson e Airton Bulhões, o Baile de Máscaras começou como um bloco de mascarados que saia pela ruas de Petrópolis escoltados por orquestras de frevo. A iniciativa prosperou e o movimento que começou como brincadeira passou a ser visto, há nove anos, como abertura oficial do Carnaval natalense.

PREFEITURA DIVULGA RESULTADO DO EDITAL DE CARNAVAL 

No intuito de conferir maior transparência e oferecer oportunidades mais democráticas para todas as iniciativas que buscam, anualmente, apoio financeiro para a organização de bailes, prévias, festas e blocos, a Prefeitura de Natal resolveu abrir edital público este ano para selecionar os projetos que receberão ajuda de custo. 

O resultado do edital foi divulgado ontem à tarde, na sede da Fundação Capitania das Artes, e os inscritos concorriam em cinco categorias: Blocos nível A, B e C, que receberão respectivamente R$ 4 mil, R$ 2 mil e R$ 800 como apoio; Bailes de Carnaval, com prêmio de R$ mil cada; e Prévia Carnavalesca no valor de R$ 2 mil.

EDITAL

Selecionados para o Carnaval da Prefeitura:

• Prévias (R$ 2 mil)

. Folia dos Sonhos
. Carnaval Outros Sons (Cidade Alta)
. Carnaval pela Cultura Inclusiva (Paço da Pátria)

• Baile (R$ 4 mil)

. Chamada Carnavalesca do Rock (Ribeira)

• Blocos A (R$ 4 mil)

Alecrim: Psyu

Cidade Alta: As Kengas

Ponta Negra:
. Poetas, Carecas, Bruxas e Lobisomens

Redinha:
. Banda do Siri
. Os Cão
. As Raparigas
. Baiacu na Vara
. Cobra Coral 

Ribeira :   Banda da Ribeira

Rocas
. Banda do Carcará
. As Guerreiras

Quintas:  Quintas Folia

• Blocos B (R$ 2 mil)

. Bloco da Graxa
. Boca Louka
. Farol Folia

Cidade Alta
. Manicacas do Frevo
. Carnaval Junto e Misturado
. Shopping Cidade Alta

Rocas:
. Troça do PV
. Tô Dentro
. Os Linguarudos
. Pinto Pelado

Redinha:
. Redinha dos Meus Amores
. Gami
. Bloco do Papangu
. Ressaka
. Os Bem Amados
. Pinto de Fora
. Troça do Zé Prikito
 
Ponta Negra:  Carnavila

Alecrim:
. B10
. Cheiro do Alecrim

• Blocos C (R$ 800)
 
. Carnaval do Marly Sarney
. Arrastão do Matuto
. Bloco As Piriguetes
. Os Pinto Duro
. Bloco Só Nós

Alecrim:
. Caixa Dágua

Cidade Alta:
. Bloco abre-folia.
. Big Rider.

Cidade da Esperança:
. Bloco Esperança Kids

Ponta Negra:
. Bloco Fiquei Porque Quis

Redinha:
. Tampa de Furico
. Caranguejo no Coco
. Unidos da Ponte

Zona Norte:
. As Raparigas do Gramoré

Rocas:
. Cão de Raça
. Bloco Caia na Gandaia
. Os Grávidos
. Bloco Pileque Legal
. Bloco Q Fuxico na Folia

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012


Carnabeco e Pratodomundo agitam Centro Histórico de Natal
 
A banda do Maestro Duarte animou os foliões durante o Carnabeco, que aconteceu no último sábado pelas vialas do Beco da Lama e pelo Centro Histórico de Natal
 
Foto: Alex Gurgel – clique e confira mais
Os acordes de frevo ecoaram pelo Beco da Lama no derradeiro sábado. Era mais uma edição do Carnaval fora de época celebrado pelos frequentadores do Beco mais boêmio de Natal, o Carnabeco, que arrastou uma multidão pelo Centro Histórico de Natal, passando pelos principais botecos.
 
O Carnabeco é uma festa organizada pela Sociedade dos Amigos do Beco da Lama e Adjacência (SAMBA), cujo objetivo é “tirar uma onda” com o famigerado Carnatal. Os foliões do Beco da Lama têm o privilégio de brincar o Carnabeco ao som do mais puro frevo pernambucano, sem cordas de isolamento e nem abadás.
 
Festival Gastronômico Pratodo mundo
 
Desde sábado, a SAMBA está organizando a 9ª edição do Pratodomundo – Festival Gastronômico do Beco da Lama. Diferente dos anos anteriores, em 2012 a competição é entre petiscos. O precinho também é camarada. Os bares poderão cobrar, no máximo, 10 Reais por cada petisco.
 
O Pratodomundo começou no último sábado (8) junto com o Carnabeco e vai até o próximo sábado, dia 15 de dezembro. Oito botecos da Cidade Alta estão participando do Pratodomundo. O primeiro lugar receberá o R$ 600 + troféu, o segundo levará R$ 400 + troféu e o terceiro receberá R$ 300 + troféu.
 
A SAMBA convidou este ano o artista plástico Jotó para fazer a arte do Pratodomundo que será entregue aos vencedores. O 9º Pratodomundo – Festival Gastronômico do Beco da Lama – é uma realização da SAMBA e tem o apoio do SEBRAE, do IFRN Cidade Alta e da Offset Gráfica.
 
Confira os bares participantes do Pratodomundo:
 
Bar do Pedrinho (rua Vigário Bartolomeu, ao lado do camelódromo)
Bar Inverno & Verão (rua Vigário Bartolomeu, no camelódromo)
Bar Encontro dos Boêmios (rua. Dr. José Ivo)
Bar da Meladinha (rua Dr. José Ivo)
Bar da Nazaré (rua. coronel Cascudo)
Bar Bardallo´s Comida e Arte (rua Gonçalves Ledo)
Bar do Sapato (rua Heitor Carrilho, próx. Igreja do Galo)
Bar do Zé Reeira (rua prof. Zuza, ao lado do IFRN Cidade Alta)
 

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

sábado, 1 de dezembro de 2012


NATAL É CITADA NA MÍDIA NACIONAL
Carlos Roberto de Miranda Gomes, advogado e escritor
 
Mais uma vez a cidade de Natal é manchete na mídia nacional, a teor do que publica a Folha de São Paulo deste derradeiro dia de novembro.
Infelizmente, a evidência não é pelo fato de ser a “Cidade do Natal”, nem mesmo do execrável Carnatal, ou roteiro turístico, mas pelo descaso, irresponsabilidade, incompetência do governo municipal, que se descurou do planejamento mais singelo, em relação às necessidades mais elementares e prioritárias, indispensáveis à sua sobrevivência.
Lixo nas ruas, buracos em monta, orla marítima sem conservação afastando os turistas, servidores sem pagamento, fornecedores idem, saúde pública comprometida e objeto de corrupção e agora, a bola da vez, a educação, que está à beira do recesso forçado, posto que sem professores, sem merenda ou merendeiros, tudo pela inadimplência irresponsável para com os que fazem a estrutura educacional do Município.
O que impressiona é a conivência do Prefeito de emergência, pois mantém nos postos secretários comprovadamente incompetentes, que estão apenas pastorando os cargos e recebendo subsídios, pois não tiveram competência para minimizar o caos e não mostraram a iniciativa de entregarem seus cargos.
Praticamente, o único Secretário em efetiva atividade, e com resultados visíveis, é o Procurador Geral Francisco Wilkie. Este merece respeito.
Natal em colapso, diz a matéria, a Prefeitura decreta estado de calamidade pública na saúde, Município sem aulas, sem professores, sem saúde, sem turistas, sem vergonha.
Enquanto isso, transfere recursos vultosos para a Câmara Municipal, que não assume as suas responsabilidades para intervir nessa situação sem controle.
Isto tudo é um desrespeito à população, um escárnio à coisa pública, um desgoverno imperdoável, um somatório de omissões.
Estamos atravessando a maior crise da nossa história e não se presta os devidos esclarecimentos de nada e a ninguém. Vivemos tempos terríveis, que nos lembram o clima da Revolução Francesa e a Queda da Bastilha.
Para tudo há um tempo certo, diz o livro do Eclesiastes – AGORA É TEMPO DE SE CRIAR VERGONHA.
E o governo do Estado que se cuide!

quarta-feira, 28 de novembro de 2012


Pense num decassílabo gostoso de ler!
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Peleja virtual de Ismael Gaião (IG) e Júnior Vieira (JV)

IG-  Eu sou um furo de espinho
Que entra como uma cunha
Entre o couro e a unha
Pelo seu dedo mindinho.
Sou um prego no caminho
Entrando no seu pé nu,
Sou almoço de urubu,
Sou o chulé no sapato…
Eu sou o mijo do rato,
Mas sou melhor do que tu.                           
 
JV- Sou um carrasco sem pena,
Eu sou o cocô do gato,
Sou um prego no sapato,
Sou sobejo de hiena.
Eu sou a gota serena,
Pior que cobra urutu,
Sou a bufa do timbu,
A mijada da ticaca,
Veneno de jararaca,
Mas sou melhor do que tu!                           

IG- Sou membro do mensalão
E a pregação de um crente.
Eu sou uma dor de dente
E a mágoa da traição.
Sou um petista ladrão.
Sou um corte com bambu.
Sou filho de belzebu,
Marido de uma “gaieira”
Sou sócio de Cachoeira,
Mas sou melhor do que tu!                           

JV- Eu sou a pior megera,
Doença que cai a língua.
Sou a mula que dá íngua,
Faço medo a besta fera.
Sou a doença que impera
No couro do cururu,
Serro te de caititu,
Que arranca os dedos da mão.
Sou o câncer de pulmão,
Mas sou melhor do que tu!

IG- Sou anão do orçamento
Que roubou nossa nação,
Picada de escorpião
E o coice de um jumento.
Sou pé frio d’um azarento,
Chifrada de boi zebu,
Mordida de pit bull,
Veneno de uma coral.
Sou o fim do carnaval,
Mas sou melhor do que tu!                          

JV- Sou o pior traficante,
Sou um rato de esgoto.
Eu sou o fim do arroto,
Sou patada de elefante.
Sou lepra contagiante,
Doença do gabiru,
Chefe do Carandiru,
Sou ladrão, sou desordeiro,
Estuprador, maconheiro,
Mas sou melhor do que tu!                           
 
IG- Eu boto fogo em mendigo
Que dorme pelas calçadas.
Em veado dou lapadas.
Qualquer criança eu castigo.
Sou a lagarta no trigo,
Na ferida, o tapuru…
Pra mulher sou brucutu,
Pro velho, dor de barriga.
Vivo procur ando briga,
Mas sou melhor do que tu!                           
 
JV- Quando meu pai mata um
Sou eu que assino embaixo.
Eu toco fogo em despacho
E sem remorso nenhum,
Eu provoco zum, zum, zum,
Faço o pior sangangu;
Meu pai cria buruçu…
É genética, a gente herda,
E boto fedor em merda,
Mas sou melhor do que tu!                           
 
IG- Sou um “bebo” pegajoso
Que cospe na tua cara.
Sou ferida que não sara,
Sou covarde e mentiroso.
Sou vagabundo e seboso
E aguado como chuchu.
Sou cobra surucucu
Engolindo um roedor.
Sou freguês mal pagador,
Mas sou melhor do que tu!                           
 
JV- Adoro falar mentira
E desconheço o perdão.
Eu inventei traição,
Tédio, ódio, raiva, ira…
Somente o mal me inspira,
Arranco carnegão cru,
Eu sou pivô de rebu,
Só compro tudo fiado,
Dou em cego e aleijado,
Mas sou melhor do que tu!                           
 
IG- Sou um grande puxa-saco
Sou traidor, inseguro…
Eu vivo em cima do muro,
Sou cafajeste e velhaco.
Jogo um irmão num buraco
Pra ganhar qualquer tutu.
Eu desafio o vodu
Para me dar bem na vida…
Sou justiceiro homicida,
Mas sou melhor do que tu!                           
 
JV- Puxo faca pra irmão,
Com minha mãe eu discuto,
Confesso que fico puto
Se não vejo confusão.
Viro frango, sapatão,
Passo quinau, dou pitu,
Abalei Caruaru,
Lá eu causei terremoto…
Só gente ruim eu adoto,
Mas sou melhor do que tu!               
 
IG- Sou chefe de um arrastão,
Sou decisão que malogra,
Sou a visita da sogra
Quando tem feriadão.
Sou Domingão do Faustão,
Sou sal grosso em cururu.
Sou tarado andando nu
Atrás de uma sodomia,
Sou um padre em pedofilia,
Mas sou melhor do que tu!                           
 
JV- Eu me viro na mazela,
Atrapalho a tua rima,
Sou bomba de Hiroshima,
Eu sou a febre amarela.
Pior que erisipela,
Sou espírito belzebu,
Me viro no cafuçu,
Rezo o credo atravessado,
Deixo o capeta amarrado,
Mas sou melhor do que tu!                           
 
IG- A migo Júnior Vieira
Tô adorando a peleja
Só tá faltando a bandeja
Pra gente fazer a feira…
Nessa nossa brincadeira
Eu me lembrei de Xudu.
Não sou um Zezé Lulu,
Porém não canto tão ruim…
Tu não ganhaste pra mim,
Também não ganhei pra tu!                           
 
JV- Ismael, pra encerrar
Desfaça que eu desfaço.
Me abrace que eu lhe abraço,
Pra quê a gente brigar?
E eu não quero botar
Veneno no teu angu…
Vamos pescar um pacu,
Pois aqui ninguém perdeu…
Nem tu és melhor que eu
Nem sou melhor do que tu!










sexta-feira, 9 de novembro de 2012

O Professor Saturnino. (2)

Professor Saturnino
e o Clube dos Inocentes

Como não recordar o Prof. José Saturnino? Aquela figura afável, comunicativa! Saturnino dominou o cenário natalense com sua presença, sua personalidade e sua participação ativa nos meios culturais e pedagógicos de nosso Estado e, particularmente, da nossa cidade de Natal. Professor de várias gerações, deixou a marca de seu caráter, dos seus conhecimentos e ensinamentos de vernáculo em cada uma delas. Todos os seus ex-alunos,. amigos e colegas lembram-se dele com verdadeiro carinho e veneração. Falar em Saturnino desperta a saudade de sua convivência.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O Clube dos Inocentes (1)

 A capa do livro do falecido professor José Melquíades de Macedo,  "Saturnino, Cascudo e o CLUBE DOS INOCENTES, editado em 1992, em Porto Alegre/RS, é a primeira ilustração da nova feição deste novo blogue que criamos para preencher um ´pouco do espaço "vazio" do nosso cotidiano e resgatar a memória de um maiores e melhores pontos da antiga boemia natalense. O livro tem prefácio de Arnaldo Arsênio de Azevedo, orelha de Diógenes da Cunha Lima, opiniões e elogios  desses dois citados, além de Waldson Pinheiro, João Batista Pinheiro Cabral e Enélio Lima Petrovich.
Posted by Picasa

terça-feira, 24 de julho de 2012

Blogue acaba no próximo domingo.

Com a venda do terreno e casa, o Bar de Lourival acabou-se. Por isso, este blog tem fim marcado para o dia 29, domingo. Este blogue será substituído por outro blogue. Tivemos mais de seiscentos acessos em três meses. Foi bom.
Tchau.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Comidas quentes para noites frias de julho.

 
 
Dizem que no Japão se come pouco. Nada disso: come-se muito. Só que os pratos são pequenos e a qualidade e a variedade dos ingredientes, assim como os diferentes tipos de preparo, tornam o ato de comer algo tão surpreendente e prazeroso que mal percebemos quanto comemos. Além de a comida raramente pesar no estômago.
Assim, o Restaurante Tofu convida a saborear as delícias da cozinha japonesa quente e lança a novidade de combinar diferentes sugestões durante o mês de julho para aquecer suas noites.
www.tofurestaurante.com.br / @tofunatal / tel. (84) 32194203.  
Divulgação - clique para ampliar
Adriana Keller




terça-feira, 3 de julho de 2012

Até Carlos Magno baixou em Lourival....

Lourival e o sangue espalhado
Por Carlos Magno Araújo*
Na primeira vez que fui ao Bar do Lourival já não tinha calças curtas. Marmanjo feito, era atraído principalmente por aquela necessidade de, saindo do trabalho, descer correndo uma gelada para espalhar o sangue e aliviar o estresse. Mesmo quando não havia lá tanto estresse, o rumo era o mesmo, principalmente depois do plantão dos sábados.
Quando se tem vinte e poucos, nunca se bebe somente uma cerveja. Tomam-se quatro, cinco, seis, uma grade. O sangue fica espalhadinho que é uma beleza.
Nunca fui de abraçar o garçom, mas se alguma marca o tempo deixasse naqueles engradados empilhados por algum canto lá no fundo, perto do banheiro, provavelmente se encontraria ao menos uma gota do meu DNA, ainda que fosse com o sangue espraiado, já pedindo outra e mais outra.
Seu Lourival não enriqueceria se dependesse apenas dos meus cobres, mas deixei lá, ao tempo que frequentava, alguns bons litros do suor do meu trabalho – do que não me arrependo. Um pouco do que tenho de bom e de ruim talvez tenha até sido talhado durante o tempo em que frequentei aquele balcão, embebido mais de álcool do que da teoria dos livros ou do que explicava a vida.
Fui o cliente típico, entre muitos outros, tangido pelo trabalho como repórter no Diário de Natal, final dos anos 80 e início dos 90. Bastava cruzar a Deodoro, sentar numa mesinha, ver a vida passar e pedir um queijo assado ao Nicodemos – chamado de um bocado de nomes, o Nicó. Até de “Nicoderam”.
Era lá, então, o descarrego. Três ou quatro cervejas depois, começava a ficar rico e engordar o “prego” no Lourival. Seis ou sete depois, estava obrando regras. Depois das dez eu já governava o estado e sabia tudo, da vida e do jornalismo. A cadernetinha muito bem cuidada por ele mesmo, Seu Lourival sempre adicionando. Bom de soma.
Falava-se em política, em futebol, em jornal e até em gente – não necessariamente nesta ordem. Mas do meu tempo de habitué acostumei-me a ver ali no Bar do Lourival o melhor canto para não se falar de nada que pudesse soar mais sério.
Tinha lá uma musiquinha, depois uma TV. Soltava-se uma piada com o Nicó, de praxe, saudava Júnior, Birino, os herdeiros.
Ali, para não deixar a imagem do beberrão que nunca fui, também almocei, no intervalo do trabalho corrido. Há, portanto, certamente, em algum ponto do meu corpo apolíneo uma gordurinha bem nutrida pelo guizado do Bar do Lourival.
Leio que o velho ponto vai se transformar numa clínica. Em breve, no lugar do salão, haverá uma recepção asséptica. De onde estiver, Lourival estará sorrindo, gozador. Depois de encher os clientes de bebida, garantirá agora, no mesmo lugar, o tratamento.
*Carlos Magno é diretor de redação do NOVO JORNAL

Foto: arquivo web/pesquisa Google/Divulgação
JBAnota Nesse último final de semana, o bar fechou suas portas, definitivamente, após quase meio século, e dois da despedida de seu dono-fundador numa véspera de São João. Lá também já não tinha os assíduos frequentadores que chegavam da Rádio Poti e, posteriormente, a partir dos anos 70, da redação do velho Diário de Natal. Ladeira abaixo, um tempo que se foi, da ladeira, acima da Poti!


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Postado por AssessoRN - Jornalista Bosco Araújo no AssessoRN em 7/03/2012 09:33:00 AM
Resposta rápida
Para: AssessoRN - Jornalista Bosco Araújo <boscoaraujo1@gmail.com>

sábado, 30 de junho de 2012

Boemia se despede da "Universidade da Deodoro"

Publicação: 30 de Junho de 2012 às 00:00
Tribuna do Norte.
"Tô sabendo, faz um tempinho que não vou por lá, parei de beber, mas vez por outra passo para rever alguns amigos mais resistentes", disse o fotojornalista João Maria Alves, quando questionado sobre o fechamento definitivo do Bar do Lourival.
Rodrigo SenaFechamento do bar põe fim a uma era de boêmia com o Bar do Lourival, que vai virar condomínioFechamento do bar põe fim a uma era de boêmia com o Bar do Lourival, que vai virar condomínio

Ponto de encontro de jornalistas e publicitários, políticos e empresários, intelectuais e artistas, principalmente nos anos 1970, 80 e 90, o lugar encerra as atividades neste sábado (30) após quase meio século de serviços prestados à boêmia natalense.

Administrado há alguns anos pelo filho Lourival Júnior, o imóvel onde funcionava o bar foi vendido e logo deverá servir como endereço para um novo condomínio vertical na avenida Deodoro, em Petrópolis. Chamado carinhosamente de 'reitor' pelos frequentadores, por ter escrito na fachada do estabelecimento 'Universidade da Deodoro', Lourival Lúcio da Silva (1924-2010) criou, sem querer, um 'bunker' etílico que serviu como válvula de escape durante a ditadura Militar.

"Não tinha nada de especial, quer dizer, tinha a gente e o dono, seu Lourival. Fizemos muitas festas por lá quando as eleições do Sindicato dos Jornalistas eram acirradas", lembrou Alves. "O atendimento não era nenhum primor, nem sempre a cerveja vinha na hora, mas tínhamos carinho especial pelos garçons Birino e Nico(demos). Era um lugar para encontrar os colegas, beber cerveja gelada e falar de jornalismo, política, esporte... foi um bar histórico de Natal", recorda João Maria.

Outro que também passou pelo número 270 da Deodoro foi jornalista Ailton Medeiros. Ele acredita que "todo mundo do jornalismo dos anos 1980 e 90 passou por ali. O bar funcionava como uma espécie de sucursal das redações. Como na época não havia celular, os jornais ligavam para o Bar do Lourival quando queria falar com alguém - estava todo mundo lá de plantão". Então, se você foi um habitué ou apenas ouviu falar na fama do lugar, hoje é a última oportunidade de 'tomar uma' no Bar do Lourival.
 

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Placas serão doadas.

 

Imagem 191

A previsão é que uma multidão de amigos e clientes aparecerão hoje e amanhã no Bar de Lourival para verem, pela última vez, as placas,álbuns e cartazes contando um pouco da história do bar dos boêmios, jornalistas, vendedores, radialistas, jornalistas, profissionais liberais e gente do povo.

A placa da foto será doada a Máximo, filho do saudoso professor José Melquíades de Macedo.

O balançado da boêmia.


Imagem 196Ela é uma das mais antigas e fiéis clientes do Bar de Lourival. Simpática, alegre e culta. Comparece diariamente ao "expediente" no bar, todas as tardes, inclusive as dos sábados. Sempre sentada com os demais boemios e frequentadores, esteja ou não acompanhada de Juvan, o caladão bebedor de cervejas, para não dizer sizudo. Cada qual com cada qual, respeitemos a individualidade de cada um. E assim caminha a humanidade. Velhos tempos. O fechamento do bar de Lourival é mais uma página virada na história dos bares de Natal.

Tempos de pagode na calçada.


Imagem 198Nicó foi último garçom atuando no Bar de Lourival, após mais de 30 anos de serviço. È herdeiro? Mas vai instalar uma "filial" do bar que fechará as portas amanhã, sábado, devido a venda do imóvel por mais de um milhão de reais, segundo os comentários da mais famosa calçada da avenida Deodoro. Foto de Luiz Gonzaga Cortez.

Bar de Lourival fecha amanhã.

Falta um dia para o fechamento do Bar de Lourival, após 53 anos de funcionamento, na avenida Deodoro, pertinho da antiga redação do Diário de Natal e Rádio Poti, onde provinha a maioria dos seus clientes iniciais. As despedidas começam ao meio-dia de hoje, através de grupos de amigos e clientes do bar criado por Lourival Lúcio da Silva, falecido há dois anos. As despedidas serão informais, quem quiser passar por lá,tomar umas e outras, só ou acompanhado, pode ir. Os birinaites é por conta de cada um, não haverá BLT. Amanhã também, mas com a participação da Banda Anos Sessenta, comandada por Reinaldo Azevedo, que prometeu dar uma "força" e registrar o evento. A previsão é que os ex-garçons Nicodemos e Birino alugarão o ponto da esquina da rua Deodoro com a Seridó, onde funcionou o Bar de Geraldo, e instalem o Bar de Lourival II.São comentários que correm na área.
O terreno dos filhos de Lourival foi vendido para uma empresa que pretendem construir uma clínica de um conceituado cirurgião natalense. È o que dizem. Vamos aguardar. Mas há informações de que os proprietários de terrenos e velhas casas do trecho já foram contactados por corretores que ofereceram propostas de comprar. Isso é certeza. A Rádio 95 FM , de Sinedino, também foi sondada e aceita negócio.










domingo, 24 de junho de 2012

O Globo entrevista coronel torturador da Casa da Morte.

Torturador conta rotina da Casa da Morte em Petrópolis

Tenente-coronel reformado fala sobre casa onde 22 pessoas podem ter sido executadas

Publicado:
Atualizado:

Na casa na Rua Arthur Barbosa, em Petrópolis, funcionava aparelho clandestino do Centro de Informações do Exército (CIE)
Foto: O Globo / Custódio Coimbra
Na casa na Rua Arthur Barbosa, em Petrópolis, funcionava aparelho clandestino do Centro de Informações do Exército (CIE) O Globo / Custódio Coimbra
RIO — Depois de cinco horas de conversa, o velho oficial estava livre de um dos mais bem guardados segredos do regime militar: o propósito e a rotina do aparelho clandestino mantido nos anos 1970 pelo Centro de Informações do Exército (CIE) em Petrópolis, conhecido na literatura dos anos de chumbo como “Casa da Morte”, onde podem ter sido executados pelo menos 22 presos políticos. Passados quase 40 anos, um dos agentes que atuaram na casa, o tenente-coronel reformado Paulo Malhães, de 74 anos, o “Doutor Pablo” dos porões, quebrou o silêncio sobre o assunto.
No jargão do regime, revelou Malhães, a casa era chamada de centro de conveniência e servia para pressionar os presos a mudar de lado e virar informantes infiltrados, ou RX, outra gíria dos agentes. O oficial não usa a palavra tortura, mas deixa clara a crueldade dos métodos usados para convencer os presos:
— Para virar alguém, tinha que destruir convicções sobre comunismo. Em geral no papo, quase todos os meus viraram. Claro que a gente dava sustos, e o susto era sempre a morte. A casa de Petrópolis era para isso. Uma casa de conveniência, como a gente chamava.
As equipes do CIE, afirmou, trabalhavam individualmente, cada qual levando o seu preso, com o objetivo de cooptá-lo. O oficial disse que a libertação de Inês Etienne Romeu, a única presa sobrevivente da casa, foi um erro dos agentes, que teriam sido enganados por ela, acreditando que aceitara a condição de infiltrada.
Malhães só não contou o que era feito com os que resistiram à pressão para trair. Diante da pergunta, ficou em silêncio e, em seguida, lembrou que nada na casa de Petrópolis era feito à revelia dos superiores. As equipes relatavam e esperavam pela voz do comando:
— Se era o fim da linha? Podia ser, mas não era ali que determinava.
Até terça-feira, quando o militar abriu a porteira do sítio na Baixada Fluminense aos repórteres, nenhum dos agentes da casa havia falado sobre ela. O que se sabia era o testemunho de Inês Etienne, colhido em 1971 mas só divulgado em 1979, após o período em que cumpriu pena por envolvimento com a guerrilha da VAR-Palmares. Outras referências ao local apareceram em entrevistas e livros de colaboradores do regime, como o oficial médico Amilcar Lobo, o sargento Marival Chaves (CIE-DF) e o delegado da Polícia capixaba Cláudio Guerra.
Sentado ao lado da mulher no alpendre da casa maltratada pelo tempo, Malhães revelou que já pertencia ao Movimento Anticomunista (MAC) quando ingressou nos quadros da repressão. Sua ascensão, iniciada com um curso de técnicas para abrir cadeados, fazer escuta, aprender a seguir pessoas, foi rápida. Após o golpe militar, passou pela 2 Seção (Informações) e pelo Destacamento de Operações de Informações (DOI) do I Exército (RJ) antes de ingressar no Centro de Informações do Exército (CIE), onde passou a perseguir as organizações da luta armada pelo país.
‘Eu organizei o lugar’
A casa de Petrópolis, na Rua Arthur Barbosa 668, Centro, teria sido um trabalho específico de Malhães já dentro do CIE. Ele afirmou que o imóvel, emprestado à repressão pelo então proprietário, Mario Lodders, não era o único aparelho com esse propósito:
— Tinha outras. Eu organizei o lugar. Quem eram as sentinelas, a rotina e quando se dava festa para disfarçar, por exemplo. Tinha que dar vida a essa casa. Eu era um fazendeiro que vinha para Petrópolis de vez em quando — contou Malhães, que se recusou a revelar o nome das sentinelas e não se deixou fotografar.
Cada oficial, informou, contava com sua própria equipe, que podia incluir cabos, sargentos, policiais federais, delegados ou médicos. De acordo com o coronel, na maioria das vezes, as equipes trabalhavam com um preso de cada vez na casa. Esse seria o motivo alegado por ele para desconhecer o destino de presos citados na lista dos desaparecidos políticos.
— Eu trabalhei uns cinco ou seis. Às vezes, passava de um mês com um — explicou.
O oficial disse que as táticas para cooptar e formar os infiltrados variavam, e cada um deles era detalhadamente estudado antes da abordagem, tanto sua ideologia como a família. Malhães disse que chegou a ficar preso por 30 dias numa cadeia, disfarçado, em tentativa de arregimentar um RX. Depois que os presos mudavam de posição, eles eram filmados delatando os companheiros. No depoimento sobre os cem dias que passou na casa, Inês Etienne relatou que fingiu ser uma infiltrada e foi filmada contando dinheiro e assinando um contrato com seus algozes.
Sobre o destino de alguns nomes de presos, que arquivos ou testemunhas apontam que estiveram na Casa da Morte, ele disse que o ex-deputado federal Rubens Paiva não passou por lá, mas admitiu ter visto Carlos Alberto Soares de Freitas, o Beto, comandante da VAR-Palmares desaparecido em fevereiro de 1971.
— O Beto talvez tenha conhecido — informou.
Questionado novamente se os militantes da luta armada eram assassinados, ele respondeu:
— Se ele deu depoimento, mas a estrutura (da organização guerrilheira) não caiu, ele pode ter sofrido as consequências.
O coronel reformado disse que, além da garantia de sigilo, era oferecida ajuda financeira aos infiltrados, embora nem todos aceitassem. Uma reunião do PCdoB em São Paulo, afirmou, teria custado R$ 50 mil. Sem fornecer qualquer prova além das declarações, disse que nem todos os desaparecidos teriam morrido no período.
— Na lista de desaparecidos tem RX. E muita gente morreu em combate. Desaparecido é um termo forçado. Em combate, tudo pode acontecer. E você não vai achar desaparecido nunca — declarou ele, ao negar as formas conhecidas até aqui para desaparecimento dos corpos.
Para o ex-preso político Ivan Seixas, diretor do Núcleo de Preservação da Memória Política, Malhães é fundamental para esclarecer o destino dos desaparecidos:
— Ele foi um dos três coordenadores operacionais da repressão, ao lado de Freddie Perdigão Pereira e de Ênio Pimentel Silveira, que já estão mortos.

Fonte: O Globo.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

A boemia dos bons tempos

Publicação: 06 de Junho de 2012 às 00:00
Fonte: 
Tribuna do Norte.
Ticiano Duarte - jornalista

As leituras e pesquisas que costumo fazer, por uma incontrolada fascinação, levam-me a descobrir coisas maravilhosas ao meu gosto boêmio, de figuras do rol de minha admiração e simpatia.

Quantas vezes discordei de alguns pensamentos políticos e ideológicos de Carlos Lacerda, sem perder o respeito à sua inteligência, o talento de jornalista, orador, polemista, parlamentar e homem de oposição. E de fazer justiça ao seu governo competente e empreendedor, no antigo estado da Guanabara.

O escritor Pedro Paulo Filho, em seu "Notáveis bacharéis na vida boêmia", traz revelações sobre alguns nomes ilustres da área do direito e da justiça deste país, de suas intimidades e preferências, do bom gosto pela música, pelo bom uísque e pelos vinhos envelhecidos da Europa. E fala do período que Carlos Lacerda, estudante de direito, atuava como rábula criminal, no júri popular ao lado do grande Evandro Lins e Silva. Lacerda não concluiu o curso de direito, mas dizia que gostava dos advogados, sobretudo dos que resolvem, não dos que criam dificuldades. E exemplificou: "Houve homem mais necessário ao Brasil do que o incômodo e admirável Sobral Pinto?".

Outro desabafo genial de Lacerda, ao justificar-se de não ter terminado o curso, ficando no segundo ano de direito: "Preferi ser advogado de todos - até dos que, tantas vezes me condenam. Mas tenho muito respeito pelo jurista que se incumbe de pôr ordem na liberdade, sempre que não a sufoque em nome da ordem".

Pedro Paulo Filho cita Luiz Martins, o grande cronista da boemia carioca, nos tempos de glória da velha Lapa, que agora renasceu no Rio, voltando ao seu esplendor antigo, da época do "Túnel da Lapa", do "Danúbio Azul", nos anos de 35/36.

Lacerda era habitué dos cabarés mais freqüentados, sempre na companhia do cronista Rubem Braga. Outro seu companheiro foi Moacyr Wernech de Castro, com quem iria se desentender depois, a política os separando para sempre.

O livro fala na agitação das boates e cabarés, "barulho dos tangos e sambas... Trechos de óperas, canções húngaras, violinos ciganos, barqueiros do Volga, valsas de Brahms, serenatas de Schubert e Toselli...".

Quando a Lapa começou a decair, logo após a guerra, invadida por gigolôs, prostitutas baratas e desordeiros, as reuniões literárias e boêmias passaram para o "Vermelhinho", se não me engano nas imediações da Cinelândia, e no Alcazar, à noite, em Copacabana.

Mário de Andrade, deixando São Paulo, reunia seu grupo, do qual fazia parte também Lacerda, na famosa "Taberna da Glória" e a turma do Alcazar era formada por Carlos Lacerda, Rubem Braga, Vinícius de Morais, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos e Dorival Caymmi.

Outros dois grandes freqüentadores da Lapa foram o jornalista e escritor Raimundo Magalhães Júnior e a figura doce do grande jornalista Odylo Costa Filho, maranhense da melhor estirpe, grande companheiro e amigo de Aluízio Alves.

Carlos Lacerda foi militante da boemia, nos tempos de estudante, jornalista, na sua mocidade trepidante, na esquerda, depois brigando e rompendo com o "partidão", separando-se dos amigos do jornalismo, como Samuel Wainer, que o tinha levado para a revista "Diretrizes". E foi o próprio Wainer que o apelidou de "Corvo", no episódio da morte do jornalista Nestor Moreira, quando Lacerda denunciou a polícia que o torturou e chegou ao velório "ostentando cenho serrado, olhos de tristeza e vestido de preto". Segundo Samuel Wainer, "ele jamais viu Nestor Moreira em toda sua vida".

A Lapa que visitei em minhas andanças boêmias, nos final dos anos 50. Ali rememorando o esplendor do passado, os cenários luxuosos, os palcos, as gambiarras, a figura de Orestes Barbosa, o grande compositor e poeta, no "Café Nice" e no "Chave de Ouro", arrodeado de sambistas, parecendo um rei, falando sobre Augusto Comte, Oscar Wilde, para encantamento dos circunstantes.

Lúcio Rangel rememora o compositor, escrevendo versos na ponta da mesa, que a cidade inteira anos depois iria cantar "... cansei de esperar por ela toda noite na janela" ou o clássico de todos os tempos - "a porta do barraco era sem trinco e a lua furando o nosso zinco, salpicava de estrelas nosso chão... tu pisavas nos astros distraída... sem saber que a ventura desta vida é o luar, a cabrocha e o violão..."     

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Curtamos o bar antes do final da transação do imóvel com grande imobiliária?


Bar de Lourival, meio século de encontro
de boêmios, artistas e intelectuais

Pesquisa e reportagem : Jóis Alberto


1 – Viagem sentimental pela boemia natalense

Localizado num dos mais tradicionais endereços de Natal – a avenida Marechal Deodoro da Fonseca, 270,  em Petrópolis – o Bar de Lourival figura entre os melhores locais de encontro de boêmios, artistas, jornalistas e intelectuais da cidade. Em cerca de meio século do bar, Lourival Lúcio da Silva, que em julho de 2005 está com 82 anos de idade, e às vésperas de completar 83, em 11 de agosto, foi testemunha ocular de gerações de boêmios da cidade. Testemunha ocular!, expressão jornalística que era usada pelo lendário Repórter Esso e em matérias típicas dos velhos tempos dos Diários Associados, aos quais ainda hoje pertence o Diário de Natal/POTI, jornal situado a cerca de 300 metros do Bar de Lourival. Gerações de repórteres, editores e outros jornalistas daquele periódico têm freqüentado o Bar de Lourival, após o expediente no trabalho ou nos finais de semana. Jornalistas da Tribuna do Norte, que fica a menos de um quilômetro do bar, também com freqüência aparecem por lá, sem esquecer o pessoal do antigo jornal A República,  extinto em meados dos anos 80, mas em cujo prédio, há poucos quarteirões dali, ainda hoje funcionam o Diário Oficial do Estado, e o Museu da Imprensa. A eles, se somam os muitos artistas, intelectuais, profissionais liberais e políticos, que conheceram o bar porque moram ou trabalham em Petrópolis, Ribeira, Cidade Alta e Tirol, ou de outros bairros que para lá foram levados por amigos. E quem conhece o bar pela primeira vez, geralmente acaba retornando em outras ocasiões. 
À leste do Bar de Lourival, e igualmente a poucos quarteirões, localiza-se outro tradicional endereço de Petrópolis, a Praça das Flores, onde o Seven Pub, o Raro Sabor, outros bares e restaurantes figuram entre os melhores points  de veteranos e jovens  boêmios da atualidade. De volta à avenida  Deodoro e na mesma calçada de Lourival localiza-se o Bar 294, que desde 1990 atrai público fiel. Todos esses estabelecimentos e freqüentadores têm muitos pontos em comum. O Carnaval, por exemplo, é um deles. Os antigos Blocos de Elite, nos anos 50, 60 e 70; e depois, a Bandagália, a partir dos anos 80, sempre circularam pelas ruas dos bairros da região e da orla marítima da proximidade, com paradas em alguns dos melhores bares da área, e o estabelecimento de Lourival sempre estava no roteiro da folia. Pelo menos há 15 anos, porém, desde quando foi criado o Carnatal, o bem sucedido carnaval fora de época, a folia de Momo mudou de mês – de fevereiro para dezembro -, e de local, de Petrópolis, nos dois primeiros anos, para o Largo do Machadão, em Lagoa Nova. Mas ficaram as recordações. As boas lembranças.  E, com o perdão do lugar comum, se “recordar é viver!”; e “do passado, só devemos nos lembrar das coisas boas”, então está feito o convite para fazermos uma viagem sentimental pelo bons  tempos da boemia natalense, de gerações dos anos 40, época da juventude do protagonista dessa história, Lourival, à atualidade.

2 – O Bar de Lourival  e a paisagem


O Bar de Lourival passou por uma reforma em 2004: foi pintado com tinta marfim, ganhou detalhes de pintura texturizada, foram colocados tijolos aparentes na parede, e piso novo de cerâmica. Ou seja, aparentemente é igual a vários outros da cidade. Mas ele tem algumas diferenças fundamentais: primeiro a tradição, são 45 anos de funcionamento ininterrupto com o mesmo dono, embora desde outubro de 2004 quem está à frente dos negócios é o filho dele, Lourival Lúcio da Silva Filho, 49 anos, Júnior como é mais conhecido. Outro diferencial é a bela paisagem. Da calçada de Lourival, durante o dia, avista-se o mar da Praia do Meio. Ao lado do bar e da residência dele, do alto de Petrópolis, vêem-se as escadarias da rua ... e lá embaixo a Ribeira, os fundos do Teatro Alberto Maranhão, a velha Estação Ferroviária, por onde transitam antigos trens urbanos da CBTU, puxados a locomotiva a diesel, em direção a Parnamirim e Ceará-Mirim; e às margens da ferrovia, o belo visual do Rio Potengi.
Bem ventilado - além da brisa que vem do mar, tem um ventilador de teto, que dá certo ar nostálgico ao ambiente -, o bar conta com 14 mesas, espalhadas na área interna e na calçada, com capacidade para receber dezenas de pessoas, das 9 h, quando abre, até por volta da meia noite. Conta com TV e três freezers. Mas, é claro, ninguém vai pro Bar de Lourival assistir TV, salvo em dias de jogo, porque lá, além do futebol, o esporte preferido é o levantamento de copos! Entre as bebidas, o cliente pode encontrar desde os vários tipos de cerveja, campari, whisky, conhaque, vodka, rum, martine, gim, aguardente (Pitu, Caranguejo, 51) a algumas cachaças especiais, como as mineiras, Seleta e Salinas; e a paraibana Serra Limpa. No cardápio de comidas, figuram, entre pratos e tira-gosto, carneiro guizado com macaxeira; costela de porco com macaxeira; miúdo de galinha; almôndegas ao molho de tomate; fígado acebolado com macaxeira; filé com fritas; peixe em posta (frito); camarão ao alho e óleo; ovo de codorna (porção); paçoca; queijo do reino com azeitona e salame; queijo coalho assado (fatia); batatinha frita; carne de sol com macaxeira; fava; picado... É extensa a lista, mas de dar água na boca! Tem mais: caldos de mocotó e peixe, tudo preparado com carinho e zelo por Maria Elza Dantas, que antes de trabalhar ali, foi cozinheira do Restaurante Santo Antônio.
Anoto esses detalhes e outras informações em conversa com Júnior, enquanto ele no balcão vai encaminhando os pedidos dos clientes, no final de uma tarde de sábado, quando chega Pepe dos Santos, veterano repórter, que durante muitos anos trabalhou para a editoria de polícia doDiário de Natal, onde eu o conheci. Da velha e pequena redação do Diário, me lembro de Pepe em sua máquina de escrever, ajudando os editores de polícia que passaram por lá. Depois veio a redação nova, a chegada dos computadores, na primeira metade dos anos 90, e várias mudanças. Saí de lá, em 1997, após passar quase 12 anos, inicialmente como repórter da Geral ou Cidade, depois como repórter e editor de Cultura, com passagem também pela editoria de Economia.
Com seu estilo inconfundível, um rosto no qual se destaca o nariz com um tom avermelhado, olhar atento, e na cabeça, os cabelos sempre repartidos de lado, meio ralos e num flagrante contraste com a pele branca, “pretos como as asas da graúna”, como costumam brincar com ele, Pepe se aproxima de mansinho, como quem não quer nada, e me pergunta:
-... É para uma reportagem?
- É para um livro que estou começando a escrever sobre o Bar de Lourival, explico para ele. O papo avança. Resolvo registrar a presença de Pepe, especialmente quando após eu perguntar a idade dele, e responder que tem “57”, Júnior cai na gargalhada e o provoca:
- Que é isso, Pepe? Eu tenho 48 anos, era menino e você já pintava o cabelo!
Pepe, por sua vez, não se incomoda e aceita a gozação sem aparentar aborrecimento.
Com um humor tipicamente natalense, no qual alguém sempre tem uma ironia, um sarcasmo, uma certa maledicência na ponta da língua, numa tradição boêmia que parece remontar ao antológico boêmio das antigas, Zé Areia – são cenas assim que caracterizam o estabelecimento comercial de Lourival, outros bares e botecos de Natal. Como por  exemplo o Bar do Coelho, na Cidade Alta.  De julho de 2005 até 2006, o Bar do Coelho promoveu uma série de eventos comemorativos de 30 anos de boemia. Existem outros em estilo semelhante, como o Bar Azulão, que há mais de 35 anos reúne boêmios, na avenida Afonso Pena, Tirol, numa tradição que mereceu matéria de destaque na revista Preá (edição nº 12, maio/junho de 2005), da Fundação José Augusto. Tem ainda o Bar de Nasi, que sobreviveu à morte do simpático comerciante que dava nome ao bar e continua funcionando, no Beco da Lama, no Centro da Cidade. Algumas das principais características do Bar de Nasi, eram a famosa meladinha, as velhas garrafas de biritas envelhecidas em teias de aranha, e principalmente por ser freqüentado por boêmios famosos de Natal, e alguns de fora, que passaram por lá quando estava na cidade, como por exemplo Pixinguinha e o cantor Jards Macalé.
   Enumerar nomes de bares e botecos que marcaram época em Natal é sempre polêmico, por causa do risco de omissão. Mas, sem dúvidas, seria imperdoável esquecer de mencionar, também, a Confeitaria Delícia, fechada nos anos 80 e imortalizada no livro Acontecências e tipos da Confeitaria Delícia, de José Alexandre Garcia (Clima, 1985). Freqüentada por gerações de boêmios, artistas e intelectuais, a Confeitaria Delícia ostentava numa das paredes um belo desenho de Newton Navarro, pintor consagrado como um dos pioneiros do modernismo nas artes plásticas do Rio Grande do Norte. Newton Navarro estava para a Confeitaria Delícia, como o professor e escritor José Melquíades estava para o Bar de Lourival – ambos eram pessoas simples, de temperamentos calmos, mas donos de uma grande cultura clássica e com o simpático dom de fazer amizades. José Melquíades foi um dos fundadores do Clube dos Inocentes, ao lado do escritor Luís da Câmara Cascudo e do professor Saturnino. Essa experiência José Melquíades relata no livro Saturnino, Cascudo e o Clube dos Inocentes (UnP, 1997). Segundo Melquíades, em entrevista ao jornal O Galo (ano XIII, nº 2 – fevereiro, 2001), “tratava-se de um clube puramente de brincadeira. Era um clube puramente de brincadeira. Era proibido fazer ata ou qualquer registro escrito e também falar de literatura. Satunino foi quem deu o lema do clube - ´inocente das maldades alheias´. Tomava-se muita cerveja, muito vinho e só se conversava amenidades. Cascudo tomava todas, e nunca se embriagava”. 
José Melquíades foi ocupante da cadeira 31 da Academina Norte-Rio-Grandense de Letras, cujo patrono é o Padre Brito Guerra. Após o falecimento de Melquíades a cadeira foi ocupada pelo professor da UFRN e ensaísta Pedro Vicente Costa Sobrinho. Newton Navarro  ocupou a cadeira 37 da ANL, que tem como patrono o poeta Jorge Fernandes. Navarro foi sucedido pelo poeta Luís Carlos Guimarães e, com a morte deste, por Elder Heronildes. Melquíades foi professor universitário, bacharel em Direito, especialista em literatura e linguística na Faculdade Estadual de San Francisco, da Califórnia, em 1959. Dessa experiência no estrangeiro, publicou “Os Estados Unidos, a mulher e o cachorro” (1960). Navarro era dono de múltiplos talentos: pintor, poeta, cronista, contista, teatrólogo. Nos anos 40, estudou pintura na Escola de Belas Artes, no Recife, convivendo com grandes pintores como Lula Cardoso Aires e Augusto Rodrigues. Anos mais tarde, estudou gravura com Goeldi, no Rio, e foi amigo de Pancetti. Nos anos 60, viajou a Paris, convivendo com a boemia parisiense. A passagem de Navarro pela Confeitaria Delícia ficou registrada em algumas crônicas e livros, como o mencionado de autoria de José Alexandre Garcia.
A memória do professor Melquíades, no Bar de Lourival, está presente em duas placas de bronze, colocadas em homenagem póstuma, pelos amigos dele da Confraria dos Inocentes, entidade que se reunia aos sábados. Ao todo, o bar conta com três placas de bronze com homenagem póstuma, duas em homenagem ao Profº Melquíades e outra em homenagem ao economista Eldo de Souza Leite. Numa delas, pode se ler: “Cátedra de vida – Professor José Melquíades. Sua cadeira profissional nas escolas e universidades onde lecionou, espargiu erudição e cultura sobre as gerações de privilegiados alunos. Mas, foi na cátedra da vida, nos bares, onde prazerosamente sorvia sua cerveja e convivia com os amigos, que ele deixou os maiores exemplos de humanismo e de sua inexcedível verve, muitas vezes salpicada do humor e da ironia inerentes aos espíritos superiores. Homenagem dos seus saudosos amigos. Natal, 06 de janeiro de 2002”. Na segunda placa se ler: “Homenagem dos sócios da Confraria dos Inocentes ao Confrade José Melquíades de Macedo. Seremos seus eternos amigos. A sua memória continuará viva, sempre renovada aos sábados. Juvan Gomes, Airton Macedo, Marcos Maurício, Lourival Lúcio, Fernando Melo, Luiz Bezerra Júnior, Antônio Sá Martins, José Hélio Pereira, Gil Peres, José Magela Cabral, Pedro Melo, Amilson Dantas, Racine Santos, Admilson Júnior, José Nicodemos, Airton Freire Duarte, Antônio Carlos Hassan, João Batista Cabral, Ubiratan Queiroz, Ademar Câmara – Natal, 06 de janeiro de 2002”.
Na terceira placa, em homenagem a Eldo de Souza, está escrito: “Homenagem dos sócios da Confraria dos Inocentes ao Confrade Eldo de Souza Leite. Seremos seus eternos amigos. A sua memória continuará viva, sempre renovada aos sábados. Fundadores: Juvan Gomes, José Melquíades, Airton Macedo, Marcos Maurício, Lourival Lúcio, Fernando Melo, Luiz Bezerra Júnior, Antônio Sá Martins, José Hélio Pereira, Gil Peres, José Magela Cabral, Pedro Melo, Amilson Dantas, Racine Santos, Admilson Júnior, José Nicodemos. Natal, 06 de julho de 2001”.


3 – O dono do bar

Nascido em 11 de agosto de 1923, em Arez, Lourival Lúcio veio morar em Natal, aos dez anos de idade. O pai, o agricultor Francisco Lúcio da Silva, morreu aos 40 anos. A mãe, Maria Lúcia da Silva, era dona de casa. Lourival tem duas irmãs, uma das quais viva e a outra já falecida. Na capital, a primeira profissão dele foi auxiliar de enfermagem no antigo Hospital Miguel Couto, que posteriormente passou a ser Hospital das Clínicas e hoje é o Hospital Universitário Onofre Lopes. Ali, ficou durante cerca de três anos e de lá foi trabalhar na Pan Air do Brasil, no Aeroporto Augusto Severo, em Parnamirim, na época da 2ª Guerra Mundial, quando aquele município serviu de Trampolim da Vitória para as tropas americanas que se dirigiam em vôos para o front na África. Em Parnamirim Field, como se dizia à época, Lourival, que aprendera algumas palavras de inglês, trabalhou diretamente com os soldados norte-americanos e, além da movimentação das tropas, ele e milhares de natalenses tiveram contato pela primeira vez com os costumes americanos, como beber coca-cola, ouvir FM, vestir jeans. Era a americanização que começava a se espalhar pelo mundo.  Dessa época, Lourival guarda uma relíquia: uma carteira de assessor de gerente do aeroporto. Na carteira, escrita em inglês, dá para ler alguns trechos: “Air Transport Command... Identification nº... Lourival Lúcio... 28-3-1943...”  No final da guerra, pouco tempo depois Lourival foi trabalhar na filial de uma firma do Rio de Janeiro. Trabalhava vendendo meias femininas, bolsa de couro crocolilo, relógios. De lá foi trabalhar no Banco do Povo, na área de serviços gerais. Passou 18 anos na Portaria, como Chefe de Contínuos. O Banco do Povo funcionou no prédio onde hoje funciona Tribuna do Norte. No banco, trabalhou como escriturário, Caixa, foi assessor de gerente. Saiu de lá quando o banco foi incorporado pelo banco da Bahia. Quando saiu do banco, passou a se dedicar ao bar, que f. O bar foi fundado há 45 anos, em maio. Funcionou inicialmente em terreno onde hoje está instalada a sede da 96 FM. O imóvel era de propriedade de terceiro e ao ser vendido, Lourival fez o bar em terreno da casa ao lado, explica Lourival Júnior, que foi bancário durante 12 anos no Bandern. Estudou Física na UFRN, mas quando estava no último ano, fez reopção para Economia, para poder estudar à noite e conciliar com o horário do trabalho. Passou um tempo afastado do curso, mas retornou desde 2002 e está em fase de conclusão.
Antes, o estabelecimento era mercearia e bar, quem tomava conta era a esposa, Liege Carrilho da Silva. A firma era no nome dela e depois passou para o nome de Lourival. Dona Liege faleceu em 14 de fevereiro de 2002, aos 70 anos de idade. O casal teve nove filhos: Lúcia, Luciano, Lucimar, Lourival, Liana, Lígia, Leila e Leonardo. Desses, faleceu Luciano em abril de 200(?). Ao todo, Lourival tem 13 netos e um bisneto. Dos filhos, seis são formados, os netos se formando em nível superior

4 – Boêmios que marcaram época

Dos boêmios das antigas, Lourival lembra-se de vários nomes, dentre os quais o do engenheiro Roberto Freire, que marcou época com suas aventuras pelas noites boêmias. Lourival conta que certa vez Roberto Freire o convidou para ir a uma pescaria no viveiro de peixe, de propriedade dele, Roberto. O viveiro localizava-se às margens do Rio Potengi, em Igapó. Lourival aceitou o convite e foi até lá. Em outra ocasião, acompanhou o engenheiro em noitadas do boêmio na Peixada Potengi, na Ribeira, e Peixada do Arnaldo, nas Rocas. Mas nem sempre Roberto convidava os amigos para atividades relaxantes como  pescaria, ou divertidas como sair pela noite. Às vezes, ele gostava de aprontar com os amigos. Um dia, ele convidou um grupo de colegas para ir ao frigorífico que possuía na Ribeira. Quando chegaram lá, ele abriu a porta do frigorífico, mandou a turma entrar e fechou a porta, deixando todos literalmente numa fria! Mas abria logo a porta, às gargalhadas com o susto dos amigos. Da turma de antigos boêmios, figuram ainda Luiz de Barros, Geraldão, Paulo Guerreiro, Erivan, Luís Tavares, Bertino Eufrázio, Walter Alípio, dentre outros.
Além de profissionais liberais, desembargadores já freqüentaram o bar de Lourival, dentre os quais João Meira Lima e Rafael Godeiro, todos sempre atendidos com eficiência e gentileza pelos garçons, Severino Ferreira, ou Berino como é mais conhecido, 45 anos, dos quais desde 197, trabalhando no bar, e José Nicodemos, Nicó, que está por lá desde 1981. Ao longo desses anos do bar vários outros garçons trabalharam, dentre os quais Tajeba, Batista. Tinha um deles que imitava a voz do Pato Donald com perfeição. Dentre os jornalistas que freqüentaram ou freqüentam o bar, figuram: Aléxis Gurgel, Rubem Lemos, Sanderson Negreiros, João Gualberto, Berilo Wanderley, Vicente Serejo e Aluísio Lacerda, Machadinho, Clóvis Santos, Airton Bulhões, Célia Freire, Thais Marques, Roberto Guedes, Jóis Alberto, Luiz Gonzaga Cortez, Valdecir Santana, Jurandir Nóbrega, os repórteres fotográficos Carlos Silva, Carlos Santos, Marco Polo, o diagramador Enéas Paiva. E mais:Jânio Vidal, Ricardo Rosado, Casciano Vidal, Enio Sinedino, Guiba Melo, Jorge Luis, Diógenes Dantas, Gerson de Castro. Da Rádio Poti, Ademir Ribeiro, Sinésio Ferreira, Nilton Marcolino, Vanildo Nunes, Catolé, Paulo Tarcísio. Dos médicos que freqüentaram o bar, figuram Dr. Mesquita, Dr Sadi Mendes, Dailor Pessoa, José Rocha, Jair Navarro. Dos políticos, muitos apareceram por lá em época de campanha ou para fazer política, mas alguns o  foram boêmios de verdade, como Érico Hackradt. Dos advogados, Diniz Câmara, Getúlio Teixeira, José Umberto Dutra – que também é escritor, autor do romance Geração dos Maus. Dos artistas, Racine Santos, Edmar Viana, Newton Navarro, poetas Edson Peres,J. Medeiros, João Gualberto, Luís Carlos Guimarães, Vatenor, Assis Marinho, Jordão, Carlos Zen, músicos da orquestra, Liz Noga, seresteiros Glorinha Oliveira, Expedito e Santiago, sanfoneiros Zé Menininho e Expedito.
Dos artistas de fora, que já passaram por lá, figuram desde os saudosos Luiz Gonzaga – o maior do forró em todos os tempos – e Altemar Dutra, um dos maiores nomes da música romântica e seresteiro, a nomes populares como  Waldick Soriano e Beto Barbosa. Da

CARACTERÍSTICAS

O Bar de Lourival tem a característica de ser freqüentado principalmente por homens. Antes que alguém o acuse de uma espécie de Clube do Bolinha, é bom que se diga que hoje as mulheres também o freqüentam e na história algumas mulheres passaram por lá.    


FOTOS

Fotógrafo, Rodrigues. Marcos Maurício, Marcos Neto, Eudo Leite (já falecido), Siqueira, Gilvan Gomes, Airton de Macedo, Luís Bezerra de Figueiredo (Júnior). Mais fotos: Lourival, Nicó, o advogado Getúlio Teixeira.

Foto com seu Poty.

CARNAVAL

*Lourival em antigos carnavais, com amigos no blocos “Deliciosos na Folia”, na época em que era solteiro, na época da guerra.