Uma viagem a malta
Robin tinha me instigado várias vezes a uma viagem à ilha de Malta, mas eu
tinha recusado por um motivo ou outro. Recentemente ele viu um anúncio no
jornal oferecendo um pacote a preço bem reduzido. Como eu não tinha mais
argumentos para não ir, fomos lá no final de novembro passado. Boa decisão,
pois esta ilha mediterrânea, situada entre o sul da Itália e o norte da África,
surpreende.
Colonisada no passado por fenícios, árabes, romanos, espanhóis, franceses,
normandos e ingleses, a ilha, que engloba outra ilha menor chamada Gozo, foi
palco de dramáticos eventos ao longo de sua história. Tudo isso por conta de
sua posição estratégica entre dois continentes.
No século XVI aí se estabeleceram os Cavaleiros de São João, ordem criada
em Jerusalém, cujos membros de várias nacionalidades ostentavam uma cruz com
oito pontas, a famosa Cruz de Malta, muito confundida com a Cruz Patada. Para
defender Malta de uma grande invasão turca, estes Cavaleiros construiram uma
enorme fortificação que existe até hoje na capital Valetta. Outro fato ocorrido
foi a invasão em 1798 das tropas napoleônicas, que foi rechaçada pela chegada
dos ingleses em 1800 que permaneceram aí até a independência em 1964. Malta faz
parte da Comunidade Européia desde 1 de maio de 2003.
1000 anos antes da construção da pirâmide de Cheops no Egito, o povo de
Malta eregiu elaborados monumentos megalíticos que pesavam cerca de 50
toneladas. Hoje estes constituem as estruturas mais antigas do mundo. Estão
localizadas em vários pontos da ilha, como Hagar Kim e Ggantija em Gozo.
Apesar de ser uma pequena ilha,
fiquei surpreendida com o número de atrações que ela oferece. Vivendo só do
turismo, ela teve que maximisá-las. Minha experiência no hotel não foi tão boa.
Pela primeira vez na minha vida, vi um hotel cobrando pelo uso da TV. Contudo,
o passeio de barco foi excelente, passando por todos os cantinhos desta
entrecortada ilha. A comida foi boa, cheia de toques ingleses e italianos. A
língua de Malta é bizarra. Aqui e acolá se ouve sons árabes, franceses,
ingleses, italianos e deus sabe lá o que mais, relíquia de seu passado
conturbado.
Maria English – Portsmouth - 11-03-2014 14:46
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