quarta-feira, 16 de maio de 2012

O Bar de Sr. Geraldo.


novembro, 2011Comentepor 
O bar de seu Geraldo na verdade era um mercearia ou bodega que se situava atrás da
sede do América Futebol Clube (Rua Campos Sales), em Natal/RN. Fazia parte de um prédio antigo de pé
direito alto, como as antigas construções, e espaço amplo. Sua entrada consistia em três
portas altíssimas, sendo que duas estavam quase sempre fechadas e na frente um terraço
coberto. No interior, um balcão dividindo o salão entre os “fregueses” e o local onde
ficavam algumas estantes, com bebidas e outros gêneros que eram comuns a todas as
Bodegas: Sacos de cereais, bolachas, doces, biscoitos etc. e por aí reinava Seu Geraldo . O
trecho da rua onde se localizava era um areal só. Não apresentava qualquer identificação
na sua fachada. Atrativos? Nenhum… Mas, para os adolescentes que frequentavam o
América no período de carnaval, era tudo ou o começo de tudo. Digo o começo de tudo
porque em todos os três dias de carnaval nos reuníamos por lá. O objetivo geral
era “esquentar” para entrar no América em direto e dançar a tarde inteira. Falo “tarde”
porque, toda essa turma que se reunia em Seu Geraldo era composta de adolescentes
girando entre os 13 e os 16 anos, ou até mais, mas muitos não podiam frequentar o
carnaval do América à noite e outros preferiam estar na matinê, onde encontrariam
garotas do seu “tope”. O esquentar era tomar, beber qualquer bebida quente para se
alegrar e perder a timidez dessa faixa de idade e já chegar no clube, no salão, pulando. O
que se bebia por lá? Por serem todos adolescentes e menores, a “lisura” era grande e o
dinheiro, depois de rateado entre vários dava para comprar uma garrafa de “cana” e um
refrigerante que eram consumidos por todos: quatro, cinco garotos. Outros, com um
pouco mais de dinheiro, tomavam Cinzano, Drink ou conhaque Dreher… Cerveja? Quase
nunca. Essa, às vezes, era comprada dentro do clube pois era a bebida mais fácil de se
obter por lá… O baile tinha início pontualmente às 4:00 horas, chegávamos sempre meia a
uma hora antes; tempo suficiente para se atingir o grau ideal. Às quatro, a orquestra de
Valdemar Ernesto (?) começava a sua função tocando o hino do América. Era o sinal. E
todos saíamos correndo rumo à alegria. Dos freqüentadores, além de mim e Marcínio,
lembro-me de Pedrinho Alzair, Raimundo, Roberto, Zé Guedes, Josemar…Muitos eram os
freqüentadores, mas a memória falha. Esse era um tempo em que não havia maldade,
todos éramos amigos. Saudades…

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Sobre o Autor:

Marcílio é dentista e apreciador de cervejas.

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