Crônica
21-07-15
Para o amigo e o amigo do amigo
Bom
dia amigos do dia, da noite, de fora e de dentro, das madrugadas longas
e enluaradas. Amigos da cidade, das trilhas empoeiradas, das filas
quilométricas de espera para sermos atendidos pelos médicos; das
barracas de feiras onde a gente se acostuma a comprar mantimentos sempre
no mesmo lugar.
Amigos
do primeiro pileque, dos segredos dos flertes e das confidências das
paixões embutidas. Amigos que com quem dividimos a conta ou aqueles que
pagam no nosso lugar quando o liseu bateu, os quais a gente nunca lembra
de devolver o dinheiro ou de cobrar-lhes, e ainda nos sentimos
satisfeitos por sabermos que da parte deles e da nossa a confiança vai
continuar.
Eu
poderia continuar desfiando esse rosário de qualidades que só em amigos
a gente sabe enxergar. Mas, prefiro me sentar à mesa rodeada dos
poucos amigos que ainda tenho (por que alguns a vida se encarregou de
levar) e com eles prosear. Se não puderem comparecer ao chamado à farra
vou entendê-los, pois, a eles, não costumo falhar.
Enfim,
a todos os que me restam dedico-lhes essa metáfora: grandes ou
pequenos, altos ou baixos; gordos ou magros; profundos ou rasos não
importa: somos amigos. E por sermos assim a gente se aproxima, se toca.
Abraça-se, beija-se, mas não se acorrenta um ao outro. Os amigos são
livres. Voam como pássaros, grudam quando preciso. Fazem do nosso
ouvido... um divino divã de despejo. Choram as lamúrias, desconjuram o
destino. O tempo passa e de uns a gente nem ouve falar. E, quando menos
esperamos lá estão eles numa roda de novos amigos que, com a gente,
começa a partilhar.
Amigo,
mesmo longe está presente, mas também é um incessante movimento de ir e
voltar e a gente tem sempre reservado um abraço e o perdão para lhe dar
e um punhado de gargalhadas para trocar.
(Sirleide Pereira - 21/07/2015).
*Pedido a gente só faz a amigo: compartilhe com outros amigos que nem conheço, mas que um dia gente pode se esbarrar
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