Com a venda do terreno e casa, o Bar de Lourival acabou-se. Por isso, este blog tem fim marcado para o dia 29, domingo. Este blogue será substituído por outro blogue. Tivemos mais de seiscentos acessos em três meses. Foi bom.
Tchau.
Espaço dedicado aos bares e restaurantes do passado e do presente de Natal e Grande Natal.
terça-feira, 24 de julho de 2012
quarta-feira, 11 de julho de 2012
Comidas quentes para noites frias de julho.
Dizem que no Japão se come pouco. Nada disso:
come-se muito. Só que os pratos são pequenos e a qualidade e a variedade dos
ingredientes, assim como os diferentes tipos de preparo, tornam o ato de comer
algo tão surpreendente e prazeroso que mal percebemos quanto comemos. Além de a
comida raramente pesar no estômago.
Assim, o Restaurante Tofu convida a saborear as
delícias da cozinha japonesa quente e lança a novidade de combinar diferentes
sugestões durante o mês de julho para aquecer suas noites.
www.tofurestaurante.com.br / @tofunatal / tel. (84) 32194203.
terça-feira, 3 de julho de 2012
Até Carlos Magno baixou em Lourival....
Lourival
e o sangue espalhado
Por Carlos Magno Araújo*
Na primeira vez que fui ao Bar do Lourival já não
tinha calças curtas. Marmanjo feito, era atraído principalmente por aquela
necessidade de, saindo do trabalho, descer correndo uma gelada para espalhar o
sangue e aliviar o estresse. Mesmo quando não havia lá tanto estresse, o rumo
era o mesmo, principalmente depois do plantão dos sábados.
Quando se tem vinte e poucos, nunca se bebe somente
uma cerveja. Tomam-se quatro, cinco, seis, uma grade. O sangue fica
espalhadinho que é uma beleza.
Nunca fui de abraçar o garçom, mas se alguma marca o
tempo deixasse naqueles engradados empilhados por algum canto lá no fundo,
perto do banheiro, provavelmente se encontraria ao menos uma gota do meu DNA,
ainda que fosse com o sangue espraiado, já pedindo outra e mais outra.
Seu Lourival não enriqueceria se dependesse apenas
dos meus cobres, mas deixei lá, ao tempo que frequentava, alguns bons litros do
suor do meu trabalho – do que não me arrependo. Um pouco do que tenho de bom e
de ruim talvez tenha até sido talhado durante o tempo em que frequentei aquele
balcão, embebido mais de álcool do que da teoria dos livros ou do que explicava
a vida.
Fui o cliente típico, entre muitos outros, tangido
pelo trabalho como repórter no Diário de Natal, final dos anos 80 e início dos
90. Bastava cruzar a Deodoro, sentar numa mesinha, ver a vida passar e pedir um
queijo assado ao Nicodemos – chamado de um bocado de nomes, o Nicó. Até de
“Nicoderam”.
Era lá, então, o descarrego. Três ou quatro cervejas
depois, começava a ficar rico e engordar o “prego” no Lourival. Seis ou sete
depois, estava obrando regras. Depois das dez eu já governava o estado e sabia
tudo, da vida e do jornalismo. A cadernetinha muito bem cuidada por ele mesmo,
Seu Lourival sempre adicionando. Bom de soma.
Falava-se em política, em futebol, em jornal e até
em gente – não necessariamente nesta ordem. Mas do meu tempo de habitué
acostumei-me a ver ali no Bar do Lourival o melhor canto para não se falar de
nada que pudesse soar mais sério.
Tinha lá uma musiquinha, depois uma TV. Soltava-se
uma piada com o Nicó, de praxe, saudava Júnior, Birino, os herdeiros.
Ali, para não deixar a imagem do beberrão que nunca
fui, também almocei, no intervalo do trabalho corrido. Há, portanto,
certamente, em algum ponto do meu corpo apolíneo uma gordurinha bem nutrida
pelo guizado do Bar do Lourival.
Leio que o velho ponto vai se transformar numa
clínica. Em breve, no lugar do salão, haverá uma recepção asséptica. De onde
estiver, Lourival estará sorrindo, gozador. Depois de encher os clientes de
bebida, garantirá agora, no mesmo lugar, o tratamento.
*Carlos Magno é diretor
de redação do NOVO JORNAL
JBAnota – Nesse último final de semana, o bar fechou suas
portas, definitivamente, após quase meio século, e dois da despedida
de seu dono-fundador numa véspera de São João. Lá também já não tinha
os assíduos frequentadores que chegavam da Rádio Poti e, posteriormente, a
partir dos anos 70, da redação do velho Diário de Natal. Ladeira abaixo, um tempo
que se foi, da ladeira, acima da Poti!
Foto: arquivo web/pesquisa Google/Divulgação |
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Postado por AssessoRN - Jornalista Bosco Araújo no AssessoRN em 7/03/2012 09:33:00 AM
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